Comunicado.


(foto 1 – clique para aumentar)

A 4 de Janeiro do presente ano tomei a iniciativa de enviar uma circular aos Conselhos Executivos e Directivos das principais escolas e agrupamentos escolares do município de Cinfães. Numa breve exposição propunha que se congregasse a Escola, através dos seus docentes e discentes, e as comunidades locais. em torno de uma iniciativa inclusiva que recordasse o Centenário da República a partir de uma perspectiva social e dinâmica abrangente. A ideia era resgatar o património fotográfico individual e familiar local dos últimos cem anos, o qual seria digitalizado, devidamente acomodado e estudado com fins pedagógicos e científicos.

De todas as Escolas contactadas, apenas uma professora do grupo de História do Agrupamento de Escolas de Souselo louvou a iniciativa, comunicando a sua adesão à mesma.

Junto com a circular, enviei um memorando (foto 1) que, de forma provisória, dava conta de alguns elementos do projecto, tais como a finalidade, os objectivos e um breve cronograma.
Até ao presente mês (Maio) resposta alguma, oficial, recebi.

Ontem, ao consultar a Revista Municipal Cinfães, no seu número 40 fui confrontado com um anúncio intitulado «Álbum de recordações», onde se solicitava a recolha de fotografias antigas e desenvolvia a ideia de «reunir essas imagens e construir uma base de dados digital que depois poderá ser utilizada para diversos fins: exposições, publicações imprensas [sic], elaboração de postais, colocação na página electrónica da Câmara […]».

Como se pode comparar pelo memorando em anexo e pela reprodução gráfica do site da Câmara com o texto da revista (foto 2), as semelhanças são gritantes.


(foto 2 – clique para aumentar)

É uma situação, no mínimo flagrante, de plágio. Como cidadão, mas sobretudo como autor e como historiador – ofício já tão pouco dignificado – sinto-me profundamente magoado por ver o desrespeito votado à maior das criações humanas: o pensamento.

Já não se pede que se pague, por que abnegado, o trabalho em prol da própria terra mas haja, pelo menos, respeito pelos direitos autorais e pela livre criação, eixos tão esquecidos e maltratados e, no entanto, contemplados no artigo 42.º da Constituição da República Portuguesa.

Nuno Resende

Publicado em Histport

About the author

Nuno Resende, Historiador
Nasceu na vila de Cinfães em 1978

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