De todas as Escolas contactadas, apenas uma professora do grupo de História do Agrupamento de Escolas de Souselo louvou a iniciativa, comunicando a sua adesão à mesma.
Junto com a circular, enviei um memorando (foto 1) que, de forma provisória, dava conta de alguns elementos do projecto, tais como a finalidade, os objectivos e um breve cronograma.
Até ao presente mês (Maio) resposta alguma, oficial, recebi.
Ontem, ao consultar a Revista Municipal Cinfães, no seu número 40 fui confrontado com um anúncio intitulado «Álbum de recordações», onde se solicitava a recolha de fotografias antigas e desenvolvia a ideia de «reunir essas imagens e construir uma base de dados digital que depois poderá ser utilizada para diversos fins: exposições, publicações imprensas [sic], elaboração de postais, colocação na página electrónica da Câmara […]».
Como se pode comparar pelo memorando em anexo e pela reprodução gráfica do site da Câmara com o texto da revista (foto 2), as semelhanças são gritantes.
É uma situação, no mínimo flagrante, de plágio. Como cidadão, mas sobretudo como autor e como historiador – ofício já tão pouco dignificado – sinto-me profundamente magoado por ver o desrespeito votado à maior das criações humanas: o pensamento.
Já não se pede que se pague, por que abnegado, o trabalho em prol da própria terra mas haja, pelo menos, respeito pelos direitos autorais e pela livre criação, eixos tão esquecidos e maltratados e, no entanto, contemplados no artigo 42.º da Constituição da República Portuguesa.
Nuno Resende
Nuno Resende, Historiador
Nasceu na vila de Cinfães em 1978